quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Viagens


Da ponta dos meus dedos vejo o mundo, viajo sozinho em viagens utópicas no meu próprio universo! Na crua ponta do lápis sou capaz de criar e destruir, sonhar, e viver…
Sou eu…
Sou outro…
Sou toda a gente…
Não sou ninguém…
Tenho mil nomes, mil caras, mil sentimentos, sou mentiroso repleto de palavras. Dizendo tudo mantenho-me fechado no silencio negro que povoa o meu ser, mostro o meu lado secreto escondido do mundo.
Volto a olhar para trás na vida e a observar os pequenos pormenores que deixei fugir, que não liguei, que não quiseram saber de mim, abrindo as asas passo por tudo até hoje percebendo a essencialidade de tudo para construir esta cara repleta de mascaras…
Creio que me perdi no meio das minhas viagens, creio não saber qual é a verdadeira ilusão que cobre o meu ser, já não sei se quero saber… Sempre que o tento ou penso que estou a conseguir a superfície calma das águas onde o derradeiro reflexo se encontra, agita-se, revolta-se e turva-se negando-me a possibilidade de perceber sequer os contornos do que quer que seja…
Só me resta continuar a caminhar pelos meus recantos tentando partir a fina porcelana que teima em resistir e não me deixa olhar e ver e perceber…Mas ainda bem porque assim posso explorar o universo que vejo nas pontas dos meus dedos e finalmente perceber que o importante da viagem não é chegar mas o caminho para lá chegar! E a melhor maneira para o fazer é caminhar sem destino pois é mesmo a melhor maneira de chegarmos a lugares em que nunca estivemos.

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